Jardim aberto para Deus

Uma Cartografia do “Carmelo” em seus signos e símbolos. Jardim aberto da Deus é o tema e titulo de uma Exposição e Oficina que se realizara com a minha direção no Carmelo de São Cristovão - SE. Trata-se de uma operação iconológica com imagens extraídas da história do Carmelo e de seus Santos e Beatos: Medalhas, gravuras, santinhos, imagens, mapas, ex-votos, impressos em livros, passados à condição de esculturas, pinturas, assemblages, etc. Um olhar predatório que se reterá na atração mais imediata do conjunto de imagens. As pequenas obras serão realizadas em comunhão com os Noviços Carmelitas segundo minha coordenação artística para consolidar imagens de origens díspares na história do Carmelo: A cela, O Convento, O Claustro, A Regra, Os Santos e Beatos, A Devoção a São Jose e a Nossa Senhora, O Hábito . A Oficina trata da interação de planos de representação. A história do Carmelo serve a totalidade da espiritualidade que molda e é moldada pelos Carmelitas. Recorrendo aos seus códigos e símbolos na historia e no tempo inscrevo minhas próprias figuras para subverter a continuidade. O desejo de lidar com o tempo e a memória como superfície percebida como temporalidade ativa. Apresentando a estética de um tempo e um lugar correto, um convite a reflexão e ao dialogo. A cartografia é a vida no Convento. O processo de presentificacao do passado demonstrado pelo barroco dos Conventos é uma nova transparência e um sentido edificante da vida dos mártires para uma vida oculta aos olhos dos leigos. A Cela, O Claustro, A Regra, são atuais e remontam o Século XI. A pesquisa material encerra uma exploração de artefatos singelos e delicados, numa justaposição de objetos para uma montagem de “coisas” sugestivas desta espiritualidade e de seus aparatos rituais e será realizada a partir dos noviços sob mossa coordenação e olhar artístico. O fim ultimo será a comercialização das obras e os frutos deste trabalho reverterão para as obras de evangelização na África em terras de missão.

Claustro do Carmelo de São Cristóvão - SE

O Carmelo A Ordem dos Carmelitas é uma ordem religiosa católica que surgiu no final do século XI, na região do Monte Carmelo, numa cadeia de colinas, próxima à atual cidade de Haifa (antiga Porfíria), em Israel. Carmelo significa "jardim". Conta a tradição que o profeta Elias se estabeleceu em uma gruta, no Monte Carmelo, seguindo uma vida eremítica de oração e silêncio. A Regra do Carmo foi sistematizada e proposta por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, aprovada pelo Papa Honório III em 1226. No século XIII migrou para o Ocidente, fugindo das invasões sarracenas. No século XVI, na Espanha, Santa Teresa D’Ávila e São João da Cruz conduziram um processo de renovação do carisma da ordem. Deste processo histórico e místico surgiram os carmelitas descalços.

Imagem de NS no Carmo Maior São Cristóvão - SE

O Escapulário

Este sinal estava constituído por uma parte significativa do hábito: capa, cordão, escapulário. Entre os Carmelitas se estabeleceu o Escapulário, em forma reduzida, como expressão de pertença a Ordem e de compartilhar sua devoção mariana. Atualmente o Escapulário da Virgem do Carmo é um sinal aprovado pela Igreja e proposto pela Ordem Carmelitana como manifestação do amor de Maria por nós e como expressão de confiança filial; Ela, cuja vida queremos imitar.

Detalhe da veste de NS do Carmo em São Cristóvão - SE

Escudo

Usar este sinal, implica estar comprometido com a vivência da espiritualidade cristã, segundo os ensinamentos dos Doutores da Igreja: Santa Teresa D'Ávila, São João da Cruz e Santa Teresinha do Menino Jesus. Este sinal representa uma pequena montanha, o monte da subida espiritual, Monte Carmelo, no cume do qual está a cruz de Cristo - o ideal do viver para a honra e glória de Deus. As três estrelas simbolizam: 1. O Profeta Elias, que viveu no Monte Carmelo, na intimidade com Deus e "zelando pela causa do Senhor dos Exércitos"; 2. Nossa Senhora, primeiro templo vivo de Deus e que soube colocar-se a serviço do Senhor e dos irmãos; 3. São José, santo do qual Santa Teresa era muito devota, que soube cuidar de Jesus e cuida também de nós. Como ele, devemos ser íntimos de Jesus e Maria.